sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Ismael, o arqueiro patriarca


Dr. Venâncio ministrando palestra sobre o “BULLYING”, para crianças e adolescentes.


A palavra “Ismael” em hebraico significa “Deus escuta”. E, em aramaico significa “Deus ouve!”. Ismael era filho do patriarca Abraão com a escrava egípcia Agar, que fora dada a Sara, esposa de Abraão, pelo faraó do Egito (Gênesis 12.16). Ismael nasceu no ano de 1.932 a.C. E, seu pai Abraão tinha 86 anos nessa época (Gênesis 16.1-4; 11-16).
Quando foi informado de que Sara também teria um filho de quem adviriam “reis e nações”, Abraão suplicou a Deus em favor de seu primogênito: “Se Ismael tão-somente vivesse diante de Ti”. A resposta de Deus, depois de declarar que o futuro filho dele, Isaque, seria o herdeiro do pacto, foi: “Quanto a Ismael, eu te ouvi! Eis que vou abençoá-lo grandemente e fazê-lo muito fecundo, pois vou multiplicá-lo muitíssimo. Ele produzirá 12 tribos, e eu vou fazer dele uma grande nação” (Gênesis 17.16, 18-20). Ismael foi então circuncidado aos 13 anos, junto com seu pai e os servos deste (Gênesis 17.23-27).
Um ano depois, nasceu Isaque. Ismael tinha então 14 anos (Gênesis 16.16; 21.5). Cinco anos depois, em 1.913 AC, no dia em que Isaque foi desmamado, Ismael foi flagrado zombando de seu meio-irmão mais novo (Gênesis 21.8,9). Não se tratava de uma inocente brincadeira por parte de Ismael. Envolvia uma zombaria a respeito da condição de Isaque como herdeiro de Abraão. A zombaria de Ismael para com Isaque teve um péssimo resultado: ele e sua mãe (Agar) foram despedidos da casa de Abraão. Mas, não sem provisões para a sua jornada pelo deserto. Abraão “tomou pão e um odre de água, e os deu para Agar, pondo-os no ombro dela, mandando que Ismael a acompanhasse. E então, os despediu” (Gênesis 21.14).
Na sua jornada, Agar perdeu-se no deserto de Berseba. E assim, quando a água acabou e Ismael ficou exausto, “ela encaminhou o rapaz para debaixo de uns arbustos” (Gênesis 21.14,15). Então ela clamou a Deus por socorro. Deus ouviu o clamor de Agar, forneceu-lhe a água necessária para a sobrevivência dela e de Ismael, e permitiu que o rapaz logo se tornasse um arqueiro. Como habitante nômade na planície de Arã, ele cumpriu a profecia que dizia a seu respeito: “__Ele será um homem bravo. E, a sua mão será contra todos! E, a mão de todos será contra ele! E, habitará diante da face de todos os seus irmãos” (Gênesis 16.12; 21.17-21).
Agar encontrou uma esposa egípcia para seu filho. Com o tempo, ele gerou 12 filhos, maiorais e chefes de família da prometida “grande nação” de ismaelitas (hoje, as nações árabes). Ismael também tinha, pelo menos, uma filha, Maalate, que se casou com Esaú (Gênesis 17.20; 21.21; 25.13-16; 28.9). Com 89 anos, Ismael ajudou Isaque a enterrar Abraão. Depois disso, viveu por mais 48 anos, morrendo em 1.795 a.C., com 173 anos (Gênesis 25.9, 10, 17). No entanto, não há registro bíblico que Ismael tenha sido sepultado na caverna de Macpela, o local de sepultamento de Abraão e Isaque, junto com as esposas deles (Gênesis 49.29-31).
É interessante observar que a Bíblia Sagrada faz referências seis personagens de nome ISMAEL, a saber:
1)Ismael, o filho do patriarca Abraão com a escrava egípcia Agar, que fora dada a Sra, esposa de Abraão, pelo faraó do Egito (Gênesis 12.16).
2)Ismael, descendente do rei Saul, através de Jonatã, e filho de Azel, da tribo de Benjamim (1º Crônicas 8.33-38,40; 9.44).
3)Ismael, pai de Zebadias, que foi designado pelo rei Jeosafá para servir como representante real em assuntos judiciais, da tribo de Judá (2º Crônicas 19.8,11).
4)Ismael, um dos “chefes de cem” que participaram no pacto com o Sumo Sacerdote Jeoiada para a derrubada da iníqua Atalia e a entronização de Jeoás, filho de Jeoanã (2º Crônicas 23.1, 12-15, 20; 24.1).
5)Ismael, um dos sacerdotes da casa paterna de Pasur, que despediram suas esposas estrangeiras, nos dias do profeta Esdras (Esdras 10.22,44).
6)Ismael, filho de Netanias, de linhagem real, e líder dos homens que mataram o governador Gedalias, apenas três meses após a queda de Jerusalém, em 607 a.C. Por ocasião da designação do governador por parte de Nabucodonozor, Ismael, filho de Netanias, achava-se no campo, como um dos chefes militares que era. Mais tarde, ele se dirigiu a Gedalias e, aparentemente, firmou um pacto com o governador. Secretamente, porém, Ismael conspirou com Baalis, rei dos amonitas, para matar Gedalias. Outros comandantes militares, incluindo Jeonã, avisaram Gedalias sobre o complô de Ismael, mas o governador, não acreditando na informação, recusou-se a conceder permissão para Jeonã abater Ismael (2º Reis 25.22-24; Jeremias 40.7-16).
Conseqüentemente, quando Gedalias recebeu Ismael e seu grupo de dez homens para uma refeição, estes se levantaram e mataram seu anfitrião, bem como os judeus e os caldeus que estavam com ele. No dia seguinte, esses assassinos aprisionaram 80 homens que tinham vindo de Siquém, de Siló e de Samaria, matando 70 deles, e lançando os seus corpos na grande cisterna construída pelo rei Asa. Daí, Ismael e seus homens tomaram os remanescentes que moravam em Mispá como cativos, e dirigiram-se para o território amonita. A caminho de Amom, Jeonã e suas forças conseguiram alcançar e reaver os cativos, mas Ismael e oito de seus homens conseguiram fugir para seu refúgio amonita (2º Reis 25.25; Jeremias 41.1-18).

Dr. Venâncio Josiel dos Santos - Presidente da AELA/MS